O farmacêutico clínico desempenha um papel fundamental na implementação de práticas que atendem aos rigorosos padrões de qualidade e segurança exigidos por sistemas de acreditação hospitalar, como a Organização Nacional de Acreditação (ONA) e a Joint Commission International (JCI). Ambos os sistemas de acreditação são reconhecidos internacionalmente e possuem critérios detalhados relacionados ao gerenciamento de medicamentos, segurança do paciente e integração das equipes de saúde.
A ONA, por exemplo, oferece um sistema de avaliação da qualidade hospitalar que visa garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes, sendo uma das acreditações mais relevantes no Brasil. A acreditação ONA é dividida em três níveis (ONA 1, ONA 2 e ONA 3), com exigências crescentes de maturidade em processos e melhoria contínua, incluindo o uso adequado de medicamentos e a gestão farmacoterapêutica. Nesse contexto, o farmacêutico tem a responsabilidade de garantir que os processos de seleção, armazenamento, dispensação, preparo e administração de medicamentos estejam alinhados às melhores práticas e às normas de segurança.
Da mesma forma, a JCI, uma das certificações internacionais mais prestigiadas, estabelece requisitos formais para práticas seguras e eficientes no cuidado ao paciente. O farmacêutico contribui diretamente para o atendimento aos padrões da JCI, especialmente no capítulo Medication Management and Use (MMU), participando da avaliação e desenvolvimento de protocolos clínicos, da análise de riscos relacionados ao uso de medicamentos e do monitoramento sistemático de resultados — pilares da segurança do paciente.
A presença do farmacêutico em hospitais acreditados é essencial para garantir que os protocolos relacionados à farmacoterapia sejam seguidos de maneira rigorosa e eficaz. Em hospitais com acreditação ONA ou JCI, a assistência farmacêutica está presente em diversas áreas, incluindo:
Gestão Farmacoterapêutica: o farmacêutico clínico assegura que as prescrições estejam adequadas à necessidade do paciente, evitando reações adversas, interações medicamentosas, duplicidade terapêutica e outras complicações. Esse acompanhamento contínuo tem impacto direto na redução de erros de medicação e promoção da segurança do paciente.
Monitoramento de Resultados Clínicos: a farmácia clínica permite o acompanhamento dos desfechos, garantindo a eficácia das terapias e ajustando tratamentos conforme necessário. Isso é particularmente relevante em contextos complexos, como unidades de terapia intensiva (UTIs), onde os riscos de erros são elevados.
Treinamento e Educação: farmacêuticos participam da capacitação contínua de médicos e enfermeiros sobre o uso seguro e eficaz de medicamentos. Esse é um aspecto essencial nas acreditações, pois a formação da equipe multiprofissional é requisito tanto da ONA quanto da JCI.
Gestão de Protocolos de Segurança: em hospitais acreditados pela ONA e JCI, o farmacêutico ajuda a desenvolver, implementar e auditar protocolos de segurança para o uso de medicamentos (incluindo rastreabilidade, medicamentos de alto risco e uso de multidose), com o objetivo de minimizar erros e promover cultura de segurança.
ACSA é um modelo de acreditação desenvolvido pela Agência de Qualidade Sanitária da Andaluzia (Espanha), adotado em alguns países (no Brasil, por instituições parceiras), com foco em avaliação da qualidade e melhoria contínua. A chamada “ACSA” não corresponde a uma metodologia de análise de custo e segurança assistencial e quando aplicada ao contexto da farmácia clínica, sua lógica de autoavaliação e auditorias externas ajuda a integrar processos seguros de uso de medicamentos, padronização de protocolos e monitoramento de indicadores. Assim, quando o hospital adota o modelo de acreditação ACSA, o farmacêutico atua de forma semelhante ao observado em ONA e JCI: estruturando o circuito do medicamento, qualificando a equipe e sustentando a gestão de riscos.
No dia a dia, sua aplicação favorece o cumprimento de requisitos assistenciais e operacionais, além de apoiar a otimização de recursos por meio da redução de desperdícios e do retrabalho — efeitos indiretos de processos mais seguros e bem definidos.
Embora a atuação do farmacêutico clínico seja de grande valor, ainda existem desafios para sua plena incorporação nos processos de acreditação. Entre os principais obstáculos estão a resistência cultural à mudança, a escassez de profissionais qualificados e a necessidade de investimentos em tecnologia que integrem informações clínicas e farmacológicas.
Além disso, a adoção de soluções digitais, como suporte clínico à decisão, trilhas de validação eletrônica da prescrição e automação do circuito do medicamento, representa uma oportunidade de aprimorar o cuidado e a segurança, em alinhamento com ONA, JCI e ACSA.
A perspectiva para os próximos anos é que a farmácia clínica, apoiada por dados e sistemas interoperáveis, siga ampliando seu papel na gestão segura e eficiente do uso de medicamentos em hospitais acreditados. A maior integração entre sistemas hospitalares e soluções tecnológicas permitirá monitoramento mais preciso das terapias e gestão ativa de indicadores, contribuindo para a manutenção dos requisitos de ONA, JCI e ACSA.
A farmácia clínica desempenha um papel indiscutível na obtenção e manutenção de acreditações. Sua contribuição para a gestão de medicamentos, segurança do paciente e desenvolvimento de protocolos é essencial para sustentar processos assistenciais confiáveis. Apesar dos desafios, o cenário é favorável, com crescente utilização de tecnologias que permitem monitoramento mais efetivo e atuação clínica cada vez mais oportuna. A busca por acreditações como ONA, JCI e ACSA tende a fortalecer ainda mais a importância do farmacêutico clínico nos hospitais.
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Referências
Organização Nacional de Acreditação (ONA). Manual de Acreditação Hospitalar: definições, níveis e requisitos.
Joint Commission International (JCI). JCI Accreditation Standards for Hospitals – capítulo Medication Management and Use (MMU).
Conselho Federal de Farmácia (CFF). Resolução nº 585/2013 – Atribuições do Farmacêutico Clínico.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.
ISMP Brasil. Diretrizes e alertas sobre medicamentos de alto risco e LASA.
Agência de Qualidade Sanitária da Andaluzia (ACSA). Modelo de Acreditação em qualidade assistencial.
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